Existem dois tipos de homens, aqueles que tem certeza de que são desejados por todas as mulheres, e aqueles que tem certeza de que nunca uma mulher irá se interessar verdadeiramente por eles, a não ser algumas poucas que erraram em seu julgamento.
Ocorre que são ambos ângulos exacerbados de uma mesma moeda, a autoafirmação, ela que já é tão difícil para os adolescentes, tem se tornado algo quase impossível para o homem moderno diante de uma leva de mulheres exageradamente inconstantes principalmente em virtude da liberalidade e da banalização do sexo como um todo, dando um soberbo poder de escolha à estes seres.
O poder da mulher vai muito além da brincadeira do amigo que chama o outro de "pau mandado", é norteado por estes dois modelos mestres de homens citados no começo deste ensaio. O que sabe que pode ter qualquer uma, justamente não quer ficar em uma única e por isto pula de cama em cama quando sente necessidades carnais, tornando-se moeda de barganha em um relacionamento, já que estará sempre disponível para ela caso seu parceiro não corresponda totalmente as suas expectativas. O outro é o tal do "pau mandado", é aquele que está sempre disposto a fazer de tudo para ver sua dama feliz, em parte por sua pequena autoconfiança em relação a elas, em parte por seu sonho ultrapassado da construção de um lar.
A mulher, que nunca foi o sexo frágil, aprendeu muito bem a lidar com estes dois espécimes e extrair deles o melhor. Independente de suas formas físicas ou de seu jeito de ser e pensar, sempre há pretendentes aos pés delas, pelo menos dois, o que faz com que seu par atual nunca seja sua única opção e por mais ligada que esteja à um parceiro, por mais esforço que alguém faça para faze-la feliz, sempre haverá outro alguém perto dela, tentando lhe mostrar que tem um produto melhor, que pode fazer mais do que o que já foi feito.
Papeis invertidos,o mundo anda nas mãos delas, sem demagogias e o homem moderno ainda não achou seu novo lugar, ainda não compreendeu sua nova função, se tornou o sexo frágil e absorveu algumas características que eram delas, quando reclama é para os amigos tentando entender ao mundo e a si mesmo. Volta e meia ele se pega sozinho pensando "e agora José?"
A pergunta permanece sem resposta, ele continua sua caminhada sem entender se está certo ou errado, sem conhecer o próprio tamanho, continua sua existência cada dia mais desprovida de um sentido. Sabe apenas que deve levantar todos os dias e trabalhar, mas a cada dia uma nova nuance de um prisma diferente lhe parece mais correta. Ele já não sabe mais o que é certo, não sabe mais como guiar sua vida, não entende como o outro modelo de homem pode existir e não sabe dizer se não seria mais feliz sendo de tal maneira. Ele não entende que sentido há na sua busca diária que nada mais é do que apenas uma busca, continua sua jornada sem saber se irá a algum lugar ou se seu destino é o nada.
A dúvida corrói seu interior, o medo de se ver obrigado a recomeçar mais uma vez faz com que se resguarde, a cada alteração de clima, de humor, ele ainda se pega pensando sobre o motivo e o destino. Os dias passam e ele se percebe envelhecendo, sem ter concluído um único grande projeto, apenas tentativas, apenas recomeços, o fruto de seu esforço é agora aproveitado por outros que não ele e ele ainda sonha com o dia em que não terá medo, em que terá certezas, certeza de que não precisará tornar a lançar fundamentos, certeza de que o que conquistou não será levado em meio as tempestades tão comuns a vida.
Ele quer ser imortal, com algo eterno que em meio aos dias atuais tem se tornado raro. Como buscar o que é definitivo em uma era de "pra sempres" cada vez mais curtos? Só o amor vale o esforço, só ele dá sentido a via, mas de nada adianta amar sozinho, reciprocidade é imprescindível, por inúmeras vezes ele acreditou tela encontrado e percebeu tarde demais seu engano, ele se tornou mais desconfiado, passou a contar como certas apenas as coisas que dependem só de si, até que seu coração finalmente repouse nas certezas que só o amor e o tempo podem lhe fornecer.
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