Destino, há como fugir dele? De caminhar em uma direção, de fazer parte da vida de alguém, de se envolver, ou não, com alguma pessoa. A gente traça os próprios caminhos, mas vem ele e nos leva exatamente onde nunca esperaríamos estar. Destino nem sempre é uma coisa boa, as vezes é um abismo sem fim do qual você tenta desesperadamente sair, as vezes é olhar para si e ver representado tudo aquilo que você não queria ser. Destino é entender que não importa que caminho você escolha, vai acabar parando no mesmo lugar.
As vezes vejo que algumas pessoas não deveriam ter entrado em minha vida, mas nem meus maiores esforços puderam evitar, já outras que deveriam ficar, alguma atitude que não me é comum, ou algo mal interpretado, foi capaz de levar.
Quem é capaz de ser mais forte que o destino?
Vejo a mim mesmo na 2ª série do primário dizendo que iria me casar aos 16 e deixando a professora horrorizada. Agora, aqui estou, quase aos 27, um escritor anônimo que mora com a mãe. Engraçado, aquele garoto teve a força de moldar minha vontade e minha essência, mas não pode mudar meu destino, vi todos que me disseram que não casariam, formarem belíssimas famílias. Não é inveja, não quero o que é deles, quero o que é meu, o que eu projetei para mim, não o que o destino determinou. Vivo de esperança em esperança, sempre achando que vai acontecer amanhã, um amanhã que nunca chega.
Tenho saudades de beijar alguém, saudades de um beijo intenso, molhado, daqueles que começam suaves e terminam um pouco antes do próximo começar. Saudades de ouvir um “eu te amo” muito embora eu nunca tenha escutado um verdadeiro. Saudades de alguém que faça sentido, que não esteja por estar e que me ligue se eu não ligar. Saudades de alguém cujo nome eu me lembre quando acordar.
Não é o lúdico que me atrai, mas é ele que me dispersa, me faz não pensar na mazela de ser somente um alguém cujo destino não concedeu ainda a graça da felicidade.
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