domingo, 30 de dezembro de 2012

Ana

Aninha e seu sorriso; aquele que dobra as beiradas da boca e nos faz tentar em vão imaginar se um dia já vimos algo tão belo. Aninha e sua torcida de boca pra mostrar que foi contrariada ou o seu "hum" pra fingir que ficou brava enquanto faz um biquinho sem conseguir conter o sorriso no canto da boca.
Moça de olhar penetrante, profundo, nos lábios sempre palavras sinceras e verdadeiras. Menina quando brinca, mulher forte e madura nas decisões, sabe sempre ser quem precisa, nunca deixando perder-se no ar a sua essência, esta que modifica nem que ao menos um pouquinho, à vida de todos que a conhecem ou que passaram por sua via.
Inconstância, ela pura nitroglicerina, mas não permite que seu charmoso humor mutável jogue pelos ares suas conquistas, ela sabe o que quer e vai em busca de alcançar tal patamar, não vai parar para te esperar, acompanhe-a pois ela tem muito a conquistar em pouco tempo e caminha a passos largos para isto. Ela sabe que é mais do que o que é no presente, sabe que é maior e vai chegar ao seu real tamanho.
Dualidades a parte, como é bela a dedicação com que cuida de seus lindos bebes, como é mágico ver aquele brilho no olhar quando fala deles, ou a maneira com que só ela consegue ser sucinta e direta na explicação de seu ponto de vista.
Ela é assim, quando menos se espera ela acorda desesperada com um pesadelo novo e é indescritível abraça-la forte e dizer que está tudo bem ao pé do seu ouvido, as vezes quando as coisas estão difíceis, ela chora um pouco antes de dormir pra ninguém perceber; porque ela é forte e determinada, não vai deixar que vejam que as vezes até ela tem dúvidas, não quer que ninguém saiba de seus medos.
Com seu jeitinho meigo, tenta mostrar o tempo todo para si mesma que as circunstâncias não conseguem vence-la porque até com medo ela caminha, porque a escuridão não é motivo pra dar passos para trás, ela desbrava o desconhecido em busca do galardão que ela sabe que encontrará após atravessar aquela floresta escura que é a incerteza.
A vida nos molda, nos deixa feridas e traumas, a diferença é que algumas pessoas como ela, nunca serão vencidas, sempre estarão um passo a frente dos outros e quando chegarem ao patamar onde o medo for nulo, farão parecer que toda jornada foi fácil, quando na verdade enfrentaram seus medos e continuaram caminhando utilizando-se de forças que nem mesmo sabiam que tinham, para nunca deixar de evoluir.
Minha Ana, Paulinha para tantos, a Ana das "anices" tão únicas. Quem mais seria capaz de correr atrás de um jeito de decifrar a mensagem de marcianos em códigos binários só porque enviei para ela por mensagem? Só ela é tão autentica, tão Ana, tão perfeita, digna de ser amada por quem tem o prazer de estar próximo a ela. Quem pode estar ao seu lado sabe o quão privilegiados são aqueles que a conhecem e o quão felizes são os que podem estar presentes dia após dia, sorrindo e chorando, mas sempre em frente e sempre sabendo que tudo vale a pena quanto se está perto de alguém tão especial quanto está menina.
Amo você, minha Aninha.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

O homem moderno


Existem dois tipos de homens, aqueles que tem certeza de que são desejados por todas as mulheres, e aqueles que tem certeza de que nunca uma mulher irá se interessar verdadeiramente por eles, a não ser algumas poucas que erraram em seu julgamento.
Ocorre que são ambos ângulos exacerbados de uma mesma moeda, a autoafirmação, ela que já é tão difícil para os adolescentes, tem se tornado algo quase impossível para o homem moderno diante de uma leva de mulheres exageradamente inconstantes principalmente em virtude da liberalidade e da banalização do sexo como um todo, dando um soberbo poder de escolha à estes seres.
O poder da mulher vai muito além da brincadeira do amigo que chama o outro de "pau mandado", é norteado por estes dois modelos mestres de homens citados no começo deste ensaio. O que sabe que pode ter qualquer uma, justamente não quer ficar em uma única e por isto pula de cama em cama quando sente necessidades carnais, tornando-se moeda de barganha em um relacionamento, já que estará sempre disponível para ela caso seu parceiro não corresponda totalmente as suas expectativas. O outro é o tal do "pau mandado", é aquele que está sempre disposto a fazer de tudo para ver sua dama feliz, em parte por sua pequena autoconfiança em relação a elas, em parte por seu sonho ultrapassado da construção de um lar.
A mulher, que nunca foi o sexo frágil, aprendeu muito bem a lidar com estes dois espécimes e extrair deles o melhor. Independente de suas formas físicas ou de seu jeito de ser e pensar, sempre há pretendentes aos pés delas, pelo menos dois, o que faz com que seu par atual nunca seja sua única opção e por mais ligada que esteja à um parceiro, por mais esforço que alguém faça para faze-la feliz, sempre haverá outro alguém perto dela, tentando lhe mostrar que tem um produto melhor, que pode fazer mais do que o que já foi feito.
Papeis invertidos,o mundo anda nas mãos delas, sem demagogias e o homem moderno ainda não achou seu novo lugar, ainda não compreendeu sua nova função, se tornou o sexo frágil e absorveu algumas características que eram delas, quando reclama é para os amigos tentando entender ao mundo e a si mesmo. Volta e meia ele se pega sozinho pensando "e agora José?"
A pergunta permanece sem resposta, ele continua sua caminhada sem entender se está certo ou errado, sem conhecer o próprio tamanho, continua sua existência cada dia mais desprovida de um sentido. Sabe apenas que deve levantar todos os dias e trabalhar, mas a cada dia uma nova nuance de um prisma diferente lhe parece mais correta. Ele já não sabe mais o que é certo, não sabe mais como guiar sua vida, não entende como o outro modelo de homem pode existir e não sabe dizer se não seria mais feliz sendo de tal maneira. Ele não entende que sentido há na sua busca diária que nada mais é do que apenas uma busca, continua sua jornada sem saber se irá a algum lugar ou se seu destino é o nada.
A dúvida corrói seu interior, o medo de se ver obrigado a recomeçar mais uma vez faz com que se resguarde, a cada alteração de clima, de humor, ele ainda se pega pensando sobre o motivo e o destino. Os dias passam e ele se percebe envelhecendo, sem ter concluído um único grande projeto, apenas tentativas, apenas recomeços, o fruto de seu esforço é agora aproveitado por outros que não ele e ele ainda sonha com o dia em que não terá medo, em que terá certezas, certeza de que não precisará tornar a lançar fundamentos, certeza de que o que conquistou não será levado em meio as tempestades tão comuns a vida.
Ele quer ser imortal, com algo eterno que em meio aos dias atuais tem se tornado raro. Como buscar o que é definitivo em uma era de "pra sempres" cada vez mais curtos? Só o amor vale o esforço, só ele dá sentido a via, mas de nada adianta amar sozinho, reciprocidade é imprescindível, por inúmeras vezes ele acreditou tela encontrado e percebeu tarde demais seu engano, ele se tornou mais desconfiado, passou a contar como certas apenas as coisas que dependem só de si, até que seu coração finalmente repouse nas certezas que só o amor e o tempo podem lhe fornecer.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Casa de Palha

Promiscuidade, a bandeira da nova geração. Achamos bonito! Vemos como um ato de nos voltar para nossos próprios instintos sendo assim o que realmente somos.
A crença e o estandarte de que a vida é curta e é uma só e que, por isto, devemos fazer tudo que temos vontade, vê apenas um dos lados da moeda afinal, se eu tiver vontade de te matar devo faze-lo? Obviamente não e se eu assim fizer, terei de arcar com as consequências de ter utilizado minha liberdade para realizar tal ato. Toda ação tem consequência e é inevitável que algumas coisas não sejam previstas. Claro que tudo deve ser questionado, afinal, como saber o que realmente queremos se simplesmente aceitarmos aquilo que alguém já nos deu pronto?
O desprendimento indiscriminado esquecendo-se de que algumas ações tocam além das nossas fronteiras e se tornam irreversíveis, faz com que muitos percam exatamente aquilo que buscam. Quanto mais a sociedade evolui em direção a ciência mais se tem a exata noção de que, se o amor não é somente um valor cristão, só pode ser alcançado utilizando-se de alguns princípios morais por tal religião impostos.
É bonito dizer que o machismo se encarregou da monogamia e dos rótulos exagerados, o que não percebem é que alguém que não consegue seguir em uma única direção, mudando a todo momento de rumo, não só atrapalha quem tenta estar ao seu lado, como também se torna uma pessoa que não tem nenhuma confiabilidade nem utilidade, gerando magoas e reações inesperadas e tornando o mundo cheio de pessoas cada vez mais voltadas para si e mais interessadas no "ter" abdicando assim do "ser".
Adianta esperar estar na sarjeta para olhar para trás e tentar reaver tudo que um dia foi seu? Adianta ter sonhos com planos futuros abortados antes mesmo de chegar seu tempo pelo medo de se prender? Algumas pessoas tem muito, mas caminham para perdição. Não a perdição moral ou religiosa, mas sim a de si próprio. Obviamente, todo jovem gosta de festas e pessoas, todo mundo adora ser desejado e não é porque se tem alguém que te completa que não vais olhar para o lado e desejar ter outra pessoa por um instante, mas abdicar de quem te faz bem para viver uma infinidade destes momentos, é deixar a casa de tijolos de lado para morar numa casa de palha, a chuva vem e molha seu interior, os salteadores levam o que há de precioso, o frio transpassa as paredes e logo vem o vento e a habitação não resiste a ele, neste momento, na sarjeta é que a gente olha pra trás e pede a Deus ou a quem quer que seja que nos permita ter por mais um minuto aquilo que nós desprezamos  aquilo que não demos valor. A casa de palha já não tem mais graça, ela é sempre monótona, sempre igual e nos faz regredir como pessoas. Mesmo assim, quando vê alguém mal a gente ainda convida para ela. Sabendo como é, assim como fomos convidados por quem não mais suportava mais a casa de palha também convidamos. Talvez o façamos por solidão, mas logo o novo morador percebe o mesmo que nós, que a gente só queria saber como era e agora que já sabe olha para a casa de tijolos e diz "agora eu estou pronto, eu não estava antes mas agora estou, me deixa voltar" e se Deus te respondesse com palavras te diria "rejeitaste o presente que dei, escolheste outros tesouros. Pois agora siga o caminho que escolheu, o que um dia foi seu agora pertence a outro, o que dei para ti e não quiseste achei alguém merecedor, te resta o que aprendeste e as consequências das escolhas que tomaste. Queres a casa de tijolos? Conquiste um novo terreno e construa uma nova casa, afinal, és livre! Não foi isto que bradaste?"

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

a caminho do lar

Três pessoas, em comum seu sangue. Três proscritos. Em um momento de introspecção após o fim, após ver a poeira baixar, sentado em algum lugar com a certeza de estar fora do alcance deles, percebeu que foi usado, percebeu que todo tempo esteve perto porque servia, notou que foi surrupiado de todas as maneiras possíveis, perdeu tempo, dinheiro, cabelos, paciência, ternura, amor, perdeu seu silêncio e sua calma, perdeu sua segurança corriqueira. De si, restavam apenas cacos e então percebeu a verdade, fora acometido de assalto, nunca ouve ternura e se ouve foi por um lampejo de tempo apenas, após retornando a sua condição natural de metrópole explorando colônia.
Percebeu que ninguém poderia fazer nada consigo se ele mesmo não o permitisse e isto lhe trouxe a noção exata de que ele sabia dos furtos mas permitiu que acontecessem na esperança de ver a mudança, de ser o milagre, de modificar a vida daquela família, de ser o divisor de águas. Que objetivos mesquinhos teve. E agora? Perdeste muito, acreditaste demais, percebeste que nada é o que parece e que deves percorrer tua jornada e recuperar o que foi perdido.
O que ficou em ti foi a sensação do roubo, aquela pontada que fica no peito como quem quer ir atrás do ladrão e recuperar o que foi levado mesmo sabendo que não há mais como ter seus pertences de volta. O que ficou em ti foi a mania (que você não tinha antes disto) de ter o pé atrás, de calcular cada situação, analisar cada rosto, cada mudança de rotina, cada pequeno detalhe tentando prever o futuro e se antecipar a ele, guardando o que te restou dos olhos vorazes dos possíveis salteadores que estiverem a tua volta e como você já sabe que larápios se escondem atrás de sorrisos e palavras bonitas, agora tomas cuidado até com os mais próximos. Triste destino onde tens que reconstruir tua confiança para ser digno da felicidade.
Tudo passa e o sol voltará amanhã sabendo que o que vem é perfeição e que esta sensação dará lugar a alegria de não ter mais teus muros cobertos de arames e cercas elétricas, de não se assustar mais, a alegria de estar num lugar seguro sabendo que é tua morada, um lugar que finalmente possas chamar de lar. Percebes que está mais próximo deste lugar a cada dia, que os medos tem ficado para trás e a cabeça começa a se erguer, talvez seja hora de deixar de se preocupar, talvez, mas ainda tens aquele pé atrás, ainda esperas o detalhe que te faça ter certeza de que nunca mais terás que recomeçar.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Aff


A gente tenta, se esforça, explica e mostra o caminho para tentar fazer as pessoas independentes, livres dos seus grilhões mesmo quando estivermos ausentes. Infelizmente alguns seres insistem em olhar para o lodo em que viviam, esquecendo-se da infelicidade constante, acham que terão algum ganho em dar passos atrás mesmo tendo vislumbrado a possibilidade de se libertar. Só anda em círculos quem realmente quer e optar por retroceder mesmo sabendo os custos disto, te torna merecedor de todo o mau que vier, indigno de reclamar de qualquer infesto que o assole.
Já dizia a máxima que "desculpa de aleijado é a muleta", não culpe ninguém por suas escolhas, a verdade é que algumas pessoas não nasceram para serem livres pois não conseguem saber o que querem e se tornam escravas dos seus instintos e sentidos. Estas pessoas só chegam à algum lugar quando são aprisionadas e forçadas a caminhar e acabam por chegar aonde não queriam porque foram incapazes de saber o que ansiavam. Que dilema este, não estar pronto para ser livre e não suportar a prisão em que se está. Tenho pena de pessoas que passam por isto.
Coincidência ou não, fui questionado sobre algo e no caminho de conferir o que eu havia dito percebi que sim, pessoas são capazes de cometer a mesma idiotice novamente mesmo após a certeza do quão imbecis são seus atos.
Mais uma vez sou grato a Deus por ter posto a pessoa certa no meu caminho na hora exata, alguém que me faz mais do que já fui, extraindo o melhor que há em mim e me mostrando que ainda há pessoas dignas de serem amadas, aos outros, que sigam pelo que acreditam, torço por sua sorte, ainda que pareça que só eu enxergo o fim da estrada que tomaram. Parabéns, você merece!