domingo, 3 de julho de 2011


Eu precisava disto, eu não me permiti sentir dor, não me deixei chorar pelo que aconteceu, não consegui digerir as coisas de tão pasmo, de tão surpreendido, só deixei as coisas continuarem caminhando e fingi que estava tudo normal.
Até agora eu fingi bem, pra todos eu era a muralha, pra todos eu era aquele que não sentia a falta, nem os mais próximos viram, mais sim, eu chorei, hoje eu chorei muito, chorei por 6 vezes, chorei por tudo que abri mão, chorei porque permiti a meu coração mostrar pra mim uma parcela do tamanho da minha dor, e céus, nem uma garrafa de vinho foi capaz de me fazer dormir, será que é tão impossível assim enterrar ela no passado? por que meu coração quer tanto isto? por que eu não desligo o telefone na cara dela? por que eu deixo que ela fale? eu choro por tudo que ela me fez e nem assim consigo pensar com ódio nela.
Não quero mais dor, não quero mais instabilidade, eu sei que se eu cedo é só pra ela ter o gostinho de me pisar de novo. Ela ainda visita meus sonhos, ela ainda passeia por meus pensamentos, as vezes ela chega a assombrar meus planos, por que? por que eu permito isto? Mas como não permitir? Negar o que sinto é negar a mim mesmo, é tentar me enganar, droga, ninguém sabe o que é estar na minha pele, ninguém sabe o que é sentir isto, o que é ter o coração ligado a alguém e não saber o que fazer pra se desligar disto.
Dói, e não adianta, não importa o que eu faço, eu sinto solidão, uma solidão que me invade, que me toma e que me torna amargo, me torna ator de um teatro no palco das ilusões onde todos vêem uma face sorridente que se desfaz assim que ninguém esta olhando. Pela primeira vez na minha vida, sofrer não é opcional, e já não sei o que fazer pra acabar com esta dor. Eu a quero, se for definitivo, mas eu sei que não é, então não quero, não quero alguém por alguns instantes, não quero alguém pra me mostrar o que é ser feliz e me deixar me mostrando o que é ser infeliz de verdade, quero alguém que esteja do meu lado, nas horas boas e ruins, alguém que não me abandone, por dinheiro, por religião, por insegurança, por nada.

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